Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição ZERO

Revista: Edição ZERO | Ano: 2022 | Corpo Editorial: Editorial
Compartilhamento de dados de pesquisa na fiocruz: diagnóstico e percepção do pesquisador
Bolsista: ISABELLA HENRIQUE LIMA PEREIRA
Orientador(a): Viviane Santos Veiga
Resumo: xxxx
ASPECTOS HISTOLÓGICOS E AVALIAÇÃO DA EXPRESSÃO GÊNICA DE PULMÃO EM CASOS FATAIS DE COVID-19
Bolsista: Leonardo Magalhães Andrade e Silva
Orientador(a): Geraldo Gileno de Sá Oliveira
Resumo: No final de 2019, surgiu na cidade de Wuhan, na China, uma epidemia de pneumonia causada por um coronavírus. A doença foi denominada COVID-19 e o vírus SARS-CoV-2 (1). A partir de Wuhan, o SARS-CoV-2 disseminou-se ao redor do globo causando uma pandemia que resultou em um número alarmante de casos e de mortalidade no mundo e no Brasil (2). A infecção pode apresentar-se em um amplo espectro, desde ausência de manifestações clínicas até em apresentações severas. Os pacientes de maior gravidade requerem tratamento intensivo e frequentemente são portadores de outras comorbidades que agravam o quadro. Ainda existem limitações e lacunas no conhecimento sobre a natureza das lesões teciduais e os mecanismos de agravamento na COVID-19, com reflexo direto na abordagem terapêutica dos pacientes. Em nosso laboratório, foi estabelecido um grupo técnico para a realização de autópsia minimamente invasiva guiada por ultrassom em casos fatais de COVID-19. Esse grupo já realizou/continua realizando a coleta de fragmentos de vários órgãos incluindo os pulmões. As autópsias permitirão a identificação de alterações histológicas envolvidas nos casos mais graves da doença e deverão fornecer informações úteis para ajustes na terapêutica dos doentes no Estado da Bahia. Além disso, também será feita a avaliação da expressão gênica pulmonar e, com isso, a descoberta de mecanismos patogênicos.
Influência de polimorfismos no gene da proteína transportadora de ureia na resposta a hidroxiureia em pacientes com anemia falciforme
Bolsista: Thaís Almeida Miranda
Orientador(a): SETONDJI COCOU MODESTE ALEXANDRE YAHOUEDEHOU
Resumo: A anemia falciforme (AF) é a expressão da forma homozigota do alelo beta (?) S, responsável pela formação da hemoglobina variante S (HbS). Desta forma, o indivíduo com AF possui o genótipo HbSS. Em condição de hipóxia ocorre a polimerização da HbS, com formação de fibras, que são responsáveis pela alteração na forma bicôncava e discoide da hemácia, que passa a ter o formato de foice. Ela é chamada de hemácia falcizada ou drepanócito. A falcização da hemácia contribui para o quadro clínico heterogêneo apresentado pelos indivíduos com AF, que pode se manifestar por hemólise intensa, crise de dor, infecções, síndrome torácica aguda e acidente vascular cerebral, entre outros. Dentre os tratamentos disponíveis para a AF, a hidroxiureia (HU) tem sido o tratamento de escolha, uma vez que eleva a hemoglobina fetal (HbF) e melhora o quadro clínico desses indivíduos. Entretanto, observa-se uma intervariabilidade na resposta ao tratamento, que pode ser devido ao perfil metabólico de cada indivíduo que se estende de lento a ultrarrápido, cujos fenótipos podem ser decorrentes de alterações genéticas em genes de enzimas metabolizadoras e proteínas transportadoras de drogas, tais como a citocromo P450, glutationa S-transferase, mieloperoxidase e a família de transportadores de soluto. Dessa forma, o objetivo do presente estudo será de investigar a influência de polimorfismos no gene da proteína transportadora de ureia na resposta à HU em indivíduos com AF. Serão incluídos 100 indivíduos com AF em uso ou não de HU, atendidos na Fundação de Hematologia e Hemoterapia da Bahia (HEMOBA). As amostras coletadas serão utilizadas para as análises laboratoriais (hematológica, bioquímica e inflamatória) e de biologia molecular. Os dados clínicos dos participantes serão obtidos através de questionário epidemiológico e prontuário médico. A análise dos dados será realizada pelos programas Epi-info v. 7, SPSS v. 17 e GraphPad Prism v. 6, considerando os valores de p<0,05 como estatisticamente significativos.
ANÁLISE DE CUSTOS DIRETOS DE TESTES PARA O DIAGNÓSTICO DA COVID-19 NO BRASIL
Bolsista: FLAVIA NUNES ZEFERINO
Orientador(a): Mariana Lourenço Freire
Resumo: A pandemia relacionada à COVID-19 trouxe grandes desafios, que impactaram de forma desigual os países e toda a população mundial. Embora a drástica redução da doença observada com a vacinação em massa da população, acredita-se que a disseminação de SARS-COV-2 não esteja próxima de acabar, e que o mundo provavelmente conviverá com a COVID-19 e consequentemente com as medidas necessárias para sua contenção e prevenção, por um longo período. Neste cenário, a disponibilização de técnicas que possibilitem o diagnóstico rápido é essencial, não apenas para prolongar a sobrevida dos pacientes, mas também como medida de contenção da doença na população. Diferentemente da reação em cadeia da polimerase em tempo real (RT-PCR), que exige logística complexa, insumos e horas a dias até o resultado, a detecção de antígenos virais através de testes rápidos (Ag-TR), pode representar uma importante ferramentas, seja na triagem em serviços de urgência, seja para a decisão rápida de medidas de isolamento, uma vez que não requerem a experiência técnica e a infra-estrutura laboratorial como a RT-PCR. A partir de 2011 no Brasil, com a criação da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (CONITEC), passaram a ser exigidas análises de custo-efetividade, além de evidências de eficácia e segurança para incorporação de novas tecnologias em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). Desta forma, neste trabalho está sendo realizada uma avaliação econômica parcial, através da estimativa dos custos diretos dos testes para o diagnóstico da COVID-19. Inicialmente foram incluídos os testes rápidos de detecção de antígeno previamente validados em estudo anterior realizado pelo grupo (Freire et al., 2022 em fase de publicação). Os custos diretos foram estimados pela técnica de microcusteio, estimativa de custo que envolve a enumeração direta e o custo de cada insumo necessário para determinada intervenção em saúde. Desta forma, foi realizado o levantamento de todos os insumos, bens e serviços consumidos para realização das diferentes estratégias diagnósticas, até a obtenção do resultado, tais como: testes diagnósticos; remuneração do profissional; materiais de segurança; materiais de consumo; manutenção e calibração de equipamentos. Os custos unitários dos testes foram obtidos por cotações realizadas com os fabricantes/distribuidores dos diferentes testes diagnósticos, a remuneração dos profissionais de saúde foi obtida da Tabela de Remunerações vigente da Prefeitura de Belo Horizonte, Minas Gerais. O custo dos materiais de segurança foi obtido no Banco de Preços em Saúde do Ministério da Saúde. Até o momento foi estimado o custo direto dos seguintes testes: CORIS Bioconcept COVID-19 Ag Respi-Strip (Nanosens); CELLER WONDFO SARSCOV2 Ag Rapid Test (Celer Biotecnologia); Teste Rápido do Antígeno da COVID-19 (Magnum Import); COVID-19 Ag ECO Teste (Eco Diagnostica Ltda). Os custos diretos variaram de 21,53 a 22,64, observando uma pequena variação entre os fabricantes, ressalta-se ainda que grande parte do custo direto envolvido na realização dos testes imunocromatograficos estão relacionados ao preço unitário de cada teste, variável de 75,5% a 53%. Com a finalização das análises de custo direto será possível conduzir análises de custo-efetividade fornecendo informações que possam auxiliar gestores de saúde em todo o Brasil, na utilização racional de testes diagnóstico rápidos de detecção de antígeno para o diagnóstico de COVID-19 em diferentes cenários de prevalência da doença.
Novas abordagens moleculares em Trypanosoma cruzi para estudos sobre a progressão e tratamento da doença de Chagas
Bolsista: Letícia Negreiros Lima
Orientador(a): CRISTINA HENRIQUES
Resumo: A doença de Chagas é considerada negligenciada, o benznidazol é a única droga usada no tratamento no Brasil e causa sérios efeitos colaterais e possui baixa eficácia. Na busca de novos compostos para tratamento são necessárias vários testes in vitro e in vivo, entretanto, é necessário que sejam padronizados métodos rápidos e confiáveis de avaliação de novas drogas em larga escala. Portanto, é necessário investir no desenvolvimento de novos métodos de avaliação e no uso de novas tecnologias. Com esse objetivo produzimos cepas de T. cruzi Dm28c, expressando a enzima luciferase (Dm28c-Luc) e a proteína fluorescente EGFP (Dm28c-EGFP), ferramentas importante para padronização de novos métodos de análise de compostos. Complementando e substituindo técnicas mais tradicionais, como a contagem de células infectadas com T. cruzi e coradas com hematoxilina/ eosina, para avaliação da taxa de infecção e da eficácia do quimioterápico. Ensaios preliminares da padronização dos testes in vitro, foram realizados para determinar a quantidade ideal de células de linhagem celular LLCMK2 e as condições de cultivo, para os ensaios de infecção e tratamento com compostos. Amastigotas intracelulares das cepas Dm28c-Luc e Dm28c-EGFP, utilizando o inibidor da biossíntese de ergosterol, posoconazol, demonstraram que as cepas Dm28c-Luc, Dm28c-EGFP, foram capazes de infectar as células LLC-MK2 e de manter a infecção com o aumento do número médio de amastigotas intracelulares após 72 horas de infecção, em comparação com a cepa selvagem e Dm28c-WT. O IC50 para as amastigotas intracelulares em células LLC-MK2 infectadas com T. cruzi cepa Dm28c-WT, foi estimado em 1,25 a 2,9 nM para o posaconazol utilizando índice de infecção em células coradas (dados não publicados), conforme descrito anteriormente para amastigotas da cepa Y em macrófagos peritoneais, cujo IC50 foi de 1 nM (Veiga-Santos et al, 2012). A padronização em leitor de microplaca, em amastigotas intracelulares de LLC-MK2 infectadas com as cepas Dm28c-Luc e Dm28c-EGFP foram realizadas utilizando a mesma curva de concentração com posaconazol, 05 a 50 nM. Experimentos iniciais demonstraram que após tratamento com posaconazol o IC50 ficou na faixa de 1,8 e 3,5 para amastigotas de Dm28c-Luc (n=2), e 3,7 nM para o Dm28c-EGFP (n=1), entretanto, em células infectadas com Dm-EGFP o backgorund foi mais elevado e a sensibilidade foi reduzida mesmo com o aumento da relação parasita célula de 10:1 para 100:1. Portanto, a cepa Dm28c-Luc apresenta uma vantagem em termos de melhor sensibilidade para avaliar mesmo pequenas alterações em relação ao número de células infectadas quando comparado com a cepa Dm28c- EGFP. Entretanto, a avaliação por fluorescência, utilizando a cepa Dm28c- EGFP pode ser de grande auxílio na primeira avaliação de uma bateria de compostos. Em seguida, a avaliação e estimativa do IC50 utilizando a bioluminescência é capaz de fornecer resultados mais precisos. A padronização dos ensaios em amastigotas intracelulares das cepas Dm28c-Luc e Dm28c-EGFP em leitor de microplaca, é uma metodologia de maior reprodutibilidade e confiabilidade, reduzindo os viéses metodológicos relacionados com a contagem de células, e será utilizado para a avaliação de extratos de plantas da família Piperaceae no leitor de microplaca.
Desenvolvimento e validação de um método para triagem de média vazão para descoberta de novos “hits” e “leads” para o tratamento da leishmaniose
Bolsista: LAIS ABREU DOS SANTOS PINTO
Orientador(a): EDUARDO CAIO TORRES DOS SANTOS
Resumo: A identificação de candidatos a fármacos antileishmaniais que sejam novas entidades químicas, preferencialmente com novos mecanismos de ação, é essencial para o enfrentamento deste grave problema de saúde pública. Os ensaios de triagem convencionais são dispendiosos e trabalhosos, porque dependem da exaustiva contagem ao microscópio óptico e da experiência do analista, o que torna inviável a análise de um grande número de compostos. Para superar os gargalos da triagem antiparasitária convencional, vários ensaios com genes repórteres vem sendo utilizados, incluindo ?-galactosidase, ?-lactamase e luciferase. Os parasitos também já foram marcados com proteínas fluorescentes, como a proteína fluorescente verde (GFP), mCherry, tdTomato e DsRed. O emprego de gene repórter aliado ao ensaio de triagem de alta vazão (HTS) também tem sido utilizado como uma ferramenta poderosa para descoberta de fármaco. Entretanto, o custo desta tecnologia é extremamente elevado, o que aumenta o gasto global empregado na descoberta e desenvolvimento de fármaco. Assim, o desenvolvimento de um ensaio de média vazão, utilizando Leishmania expressando constitutivamente uma proteína fluorescente, é justificado para um laboratório de pequeno porte que atue no desenvolvimento de fármacos para a leishmaniose. Vários protocolos de ensaio fenotípico foram desenvolvidos utilizando promastigotas, amastigotas axênicas ou amastigotas intracelulares para avaliar a atividade de substâncias naturais e sintéticas. Todas três formas do parasito citadas apresentam vantagens e desvantagens, mas a técnica padrão ouro para triagem in vitro é o ensaio baseado em amastigotas intracelulares. A partir deste ponto de vista, o presente trabalho tem como parte de seu objetivo desenvolver e validar uma metodologia de triagem de média vazão sobre amastigotas intracelulares de L. amazonensis-GFP. O intuito desse ensaio é possibilitar a triagem de um banco de derivados. Assim, esse projeto se divide em duas etapas: a padronização e validação do método e o seu emprego na fase inicial da descoberta e desenvolvimento de um novo fármaco (triagem, seleção de hits, estudo pré-clinico em modelo de leishmaniose cutânea experimental, otimização do hit e toxicidade).
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