Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição ZERO

Revista: Edição ZERO | Ano: 2022 | Corpo Editorial: Editorial
EFEITOS ECOTOXICOLÓGICOS DOS REJEITOS DA BARRAGEM DE BRUMADINHO, MINAS GERAIS EM MINHOCAS EISENIA ANDREI
Bolsista: DAVI PINHEIRO CUNHA
Orientador(a): ENRICO MENDES SAGGIORO
Resumo: A barragem de rejeitos (B1) da mina Córrego do Feijão, da mineradora Vale S.A, localizada em Brumadinho (Minas Gerais- Brasil), se rompeu no dia 25 de janeiro de 2019. Cerca de 12 milhões de m3 de rejeitos atingiram o meio ambiente e o número de óbitos chega a 300. A contaminação ambiental espalhou-se por cerca de 300 hectares de terras da sub-bacia do Ferro-Carvão antes de chegar ao rio Paraopeba. O presente trabalho tem como objetivo avaliar a toxicidade dos rejeitos em minhocas E. andrei expostas ao solo contaminado com rejeitos da barragem de Brumadinho/MG. Foi realizada uma quantificação dos elementos-traço nas amostras de solo controle e rejeito. Posteriormente, a toxicidade dos rejeitos em minhocas foi determinada por três abordagens: teste de fuga, teste agudo e teste crônico em solo. Para a determinação de elemento-traço nas amostras foi utilizada a metodologia descrita em Parente et al., (2021). O teste de fuga foi realizado conforme ISO (2008), nas concentrações de 0; 12,5; 18,5; 25; 37,5; 50; 62,5; 75 e 100% (m/m) de rejeito, composta por 3 replicatas, com 10 organismos cada, e tempo de exposição de 48h. As avaliações de efeitos agudos e crônicos foram realizadas de acordo com protocolo pela ASTM (2012), composta respectivamente por 3 e 4 replicatas, com 10 minhocas cada. Para o ensaio agudo (14 dias) as concentrações utilizadas foram: 0; 12,5; 25; 50; 75 e 100% (m/m) de rejeito. Para o ensaio crônico (60 dias) foram as proporções: 0; 3,12; 6,25; 12,5 e 25% (m/m). A estimativa da CL50 foi determinada pelo teste de Spearman-Karber. Para o teste de fuga foi utilizado o teste Exato de Fisher. Os resultados obtidos com os testes agudo e crônico em solo utilizaram os testes: Shapiro-Wilk, One-way- ANOVA, Kruskal-Walli e post hoc Dunnett test e post hoc Dunn’s test. Foi utilizado intervalo de confiança de 95 % para todas as análises. Ao quantificar os elementos-traço foram destacados os elementos Fe, Mg e Hg. A presença do metal Fe pode ser associado à mineração da mina do Córrego do Feijão, enquanto a presença de Mg à dolomitos intemperizados que formaram depósitos superficiais nas formações de rochas e a presença de Hg, pode ser advinda da sorção dos óxidos de manganês. Durante o ensaio agudo em solo, foi observada apenas uma morte na concentração de 25%, a qual foi atribuída ao acaso. Portanto, não foi observado efeito agudo de letalidade ao longo dos 14 dias de exposição, não sendo possível estimar a CL50 para a exposição ao rejeito. Em relação à variação na biomassa, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas aos 7 e 14 dias de exposição em relação ao controle. No teste de fuga foi observado o efeito de perda de habitat dos organismos a partir da adição de 37,5% de rejeito. A partir deste ensaio foi estimada uma CE50 de 27,2 ± 2,83 %, valor este utilizada como critério de definição das concentrações do ensaio crônico em solo. No ensaio crônico não foram observadas variações estatisticamente significativas que indicassem efeitos negativos da exposição ao rejeito sobre a biomassa dos organismos. No que tange à reprodução, não foram observadas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos de exposição e seus respectivos grupos controle. No entanto, os resultados indicaram uma tendência na redução do número de indivíduos juvenis em relação ao número de casulos. A baixa presença de indivíduos juvenis em relação à quantidade de casulos indica a possível produção de casulos inviáveis ou a ocorrência de condições ambientais inadequadas à eclosão e/ou sobrevivência dos indivíduos juvenis. Diante dos resultados expostos, o desastre em Brumadinho pode ter causado impactos irreversíveis aos ecossistemas da região atingida pelo rompimento da barragem. Por isso, a utilização dos ensaios ecotoxicológicos pode ser aplicada como ferramentas promissoras, diante do grande desafio na avaliação do nível de contaminação, e do impacto sobre a biota edáfica.
Coleção Viva de Moluscos do Instituto Oswaldo Cruz – Análise SWOT e Ensaios de (In)Compatibilidade no Laboratório de Malacologia e Laboratório de Referência Nacional para Esquistossomose-Malacologia
Bolsista: THIAGO MARTINS NUNES
Orientador(a): MARIANA GOMES LIMA
Resumo: A esquistossomose é uma doença muito debilitante, espalhada por três continentes, com uma carga global estimada pela Organização Mundial da Saúde em 2.543.364 DALYs (Disease Adjusted Life Years). Estima-se que a esquistossomose afete mais de 200 milhões de pessoas em 74 países. A doença é causada por trematódeos parasitas do gênero Schistosoma, sendo as três espécies principais, S. japonicum, S. haematobium e S. mansoni. Schistosoma mansoni é a espécie prevalente na América Latina, com 1 a 3 milhões de pessoas infectadas e mais de 25 milhões vivendo em áreas de risco, principalmente no Brasil e na Venezuela. A dinâmica espacial e temporal dessa doença está relacionada aos diferentes graus de susceptibilidade e resistência das populações de hospedeiros intermediários, juntamente com a capacidade de infecção e desenvolvimento intramolusco do parasito. Essa dinâmica evolutiva envolvendo parasito e hospedeiros foi classificada como compatibilidade de polimorfismo. Em que tanto em populações selvagens quanto naquelas mantidas em condições laboratoriais revelam a complexa relação entre o processo de reconhecimento de próprio e não próprio do hospedeiro e os mecanismos de evasão do parasito. Sugerindo que o entendimento dessas interações seja determinante para a compreensão do que ocorre ao longo da coevolução desse modelo. Atualmente, as populações de hospedeiros e parasitos mantidas em laboratório são as principais fontes de informação sobre a interação ocorrida ao longo da infecção. Os avanços alcançados em laboratório são a base para as ações efetivas de controle nas populações de campo. Posto isto, destacamos o importante papel do Laboratório de Malacologia como mantenedor de 82 populações de B. glabrata e 8 cepas de S. mansoni, vindas de áreas endêmicas do Brasil e demais países da América Latina e Central. A manutenção dessas populações são fundamentais para estudos das mais variadas áreas do conhecimento científico produzido por laboratórios parceiros e colaboradores. Além de ser considerado um patrimônio para conservação e biodiversidade brasileira, uma vez que essas linhagens e cepas guardam a história dessa relação parasitária em seus materiais genéticos. O Labmal mantém o ciclo biológico da esquistossomose mansônica com tempo de interação que variam de 2 a 36 anos. Preservando a variabilidade genética das populações, mas também trabalhando as relações simpátricas e alopátricas. Assim, apresentamos aqui a importância do treinamento e capacitação do nosso capital humano no entendimento do ciclo biológico do trematódeo e suas aplicações na Malacologia Médica. Estabelecendo uma estratégia elaborada e pensada dentro dos procedimentos éticos de bem-estar animal, confiabilidade de dados, preservação e manutenção dos hospedeiros intermediários, definitos (Mus musculus Swiss-albinos) e agente etiológico no ciclo biológico do S. mansoni. Sendo assim, os objetivos desse estudo são a implementação de análise SWOT como técnica de planejamento estratégico para auxiliar na organização do ciclo biológico do S. mansoni, identificando forças, fraquezas, oportunidades e ameaças relacionadas ao planejamento de projetos. Estabelecendo metas de: (1) Efetuar uma síntese das análises internas e externas; (2) Identificar elementos-chave para a gestão do ciclo, o que implica estabelecer prioridades de atuação; (3) Preparar opções estratégicas: Riscos/Problemas a resolver; (4) Fortalece os pontos positivos, indica quais os pontos devem melhorar, mostra as chances de crescimento, aumentando as oportunidades e deixa em alerta diante de riscos. Bem com o estudo de (in)compatibilidade entre B. glabrata/S. mansoni frente ao tempo de interação em populações mantidas em laboratório.
ESTUDO EPIDEMIOLÓGICO EM ÁREA DE LEISHMANIOSE TEGUMENTAR E VISCERAL, MUNICÍPIO DE BALDIM, MINAS GERAIS. ASPECTOS ENTOMOLÓGICOS
Bolsista: DAMARIS SARITA DE MARCOS NEVES
Orientador(a): ERIKA MICHALSKY MONTEIRO
Resumo: A rápida expansão geográfica e a urbanização das leishmanioses trouxeram a necessidade de estabelecer medidas mais efetivas para o seu controle. Até o momento, poucos estudos realizados no Brasil, abrangem toda a cadeia epidemiológica das leishmanioses, apesar de existirem alguns que abordam detalhadamente todo o ciclo de transmissão, mas foram publicados nas últimas décadas e podem não mais refletir a situação atual desses agravos. Além disto, a maioria dos estudos é realizada em áreas endêmicas, portanto não consideram áreas de baixa e média transmissão. O número crescente de notificações de casos de LT e a ocorrência de casos humanos de LV no município de Baldim nos levaram a iniciar o trabalho, objetivando traçar um perfil das leishmanioses no município. Assim, pretendemos classificar as áreas de transmissão desses agravos e realizar o estudo entomológico. A proximidade de Baldim com municípios endêmicos e áreas destinadas ao turismo, como a Serra do Cipó, associada às condições ambientais favoráveis, descontinuidade do programa de controle, grande número de casos de LV canina, casos humanos de LT e notificação recente de LV humana representam importantes fatores tanto para a manutenção das leishmanioses quanto para a expansão da doença no município. Os resultados obtidos com o projeto, permitirão elucidar lacunas existentes em relação à urbanização das leishmanioses e seus vetores.
Avaliação dos efeitos da infecção por Zika vírus em linhagem de células trofoblásticas humanas HTR-8/SVneo
Bolsista: Laíza Vianna Arruda
Orientador(a): ANTONIO JOSE DA SILVA GONCALVES
Resumo: A febre da zika é uma arbovirose, transmitida principalmente por mosquitos do gênero Aedes, mas há também a possibilidade de transmissão por contato sexual, transfusão sanguínea e transmissão vertical, com relatos alarmantes de casos de Síndrome Congênita da Zika associadas à infecção. Sabe-se que o vírus da Zika (ZIKV) atravessa a placenta e infecta o feto, mas a patogênese dessa doença ainda não foi esclarecida. A partir disso, o presente projeto visa compreender melhor as consequências que a infecção pelo ZIKV pode causar na linhagem de células trofoblásticas da placenta, HTR-8/SVneo. Para isso, padronizamos um protocolo de infecção, utilizando diferentes MOIs de vírus (0,1, 0,2 ou 1) por 24h ou Mock (controle negativo), avaliando o número de células infectadas por imunofluorescência e citometria de fluxo. Em seguida, analisamos os cortes semifinos e as alterações ultraestruturais das células infectadas por microscopia eletrônica de transmissão. Avaliamos também a atividade de enzimas relacionadas ao estresse oxidativo celular, como Superóxido Dismutase (SOD), Catalase (CAT) e a produção de espécies reativas como o Malondialdeído (MDA) e o Óxido Nítrico (ON). Através da análise por imunofluorescência observamos que na infecção com 1 MOI de ZIKV foi possível detectar maior intensidade de marcação da proteína NS1 em relação às outras MOIs, e essa foi a melhor condição, confirmada pela citometria de fluxo, a qual induziu o maior percentual de células infectadas (44,2%). Na análise dos cortes semifinos observamos que as células estavam íntegras após o processamento e nas amostras infectadas, foi possível observar mais prolongamentos celulares, indicando que as células estavam ativadas. A avaliação da ultraestrutura das células infectadas mostrou alterações nas mitocôndrias, que estavam menores e com perda de cristas mitocondriais, retículo endoplasmático com cisternas menos dilatadas e presença de muitos prolongamentos e secreção de vesículas, comparado ao controle (Mock) que apresentou aspectos morfológicos normais. As células infectadas apresentaram aumento significativo da atividade da enzima antioxidante SOD, do MDA e do ON (1,29±0,41 U/mg de proteína, 0,01±0,001 nmol/mg de proteína e 95,68±52,01?mol/ml) em comparação ao controle (0,21±0,11 U/mg de proteína, 0,003±0,002 nmol/mg de proteína e 48,79±9,18?mol/ml), respectivamente. Já a atividade enzimática de CAT foi menor nas células infectadas pelo ZIKV (5,1 ± 3,8 U/mg de proteína) em comparação controle (33,88 ± 30,0 U/mg de proteína), devido ao rápido consumo e esgotamento da mesma na infecção. Esses resultados auxiliarão o maior entendimento da patogênese da doença, pois podem elucidar quais as consequências da infecção em células placentárias. Suporte financeiro: IOC-FIOCRUZ, CNPq and FAPERJ.
Vigilância Epidemiológica em Tempo Real de bactérias causadoras de IST a partir de material clínico por qPCR-HRM.
Bolsista: Leticia Gouveia da Silva
Orientador(a): Ivano Raffaele Victorio de Filippis Capasso
Resumo: Infecções sexualmente transmissíveis (IST) também conhecidas como doenças venéreas são doenças transmitidas por via sexual, principalmente por sexo vaginal, anal ou oral. Vários tipos de agentes infecciosos (vírus, fungos, bactérias e parasitas) estão envolvidos nas IST, gerando diferentes sintomas como feridas, corrimento, dor ao urinar, bolhas ou verrugas. Entre as IST causadas por bactérias estão a Chlamydia trachomatis, Neisseria gonorrhoeae (gonorréia), Treponema pallidum (sífilis), Mycoplasma genitalium e Streptococcus agalactiae ou Streptococo do grupo B (SGB). As três IST mais frequentes no mundo juntas, contagiam mais de 340 milhões de pessoas por ano, sendo 131 milhões por clamidia, 78 milhões por gonorréia e 5,6 milhões por sífilis. No Brasil, o cenário estimado não é muito diferente — como apenas os casos de HIV e de sífilis em gestantes e bebês são notificados obrigatoriamente ao Ministério da Saúde, é difícil ter estatísticas gerais mais fidedignas. Os dados relativos a IST provêm frequentemente de clínicas, programas de rastreio ou estudos baseados em laboratórios de análises clínicas. Diferentes IST, podem estar presente ou ser transmitidas simultaneamente, e a presença de qualquer infecção aumenta o risco de contrair outros tipos de IST. Essas infecções são muitas vezes oligo ou assintomáticas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), as IST constituem os cinco tipos de doenças para os quais adultos em todo o mundo mais procuram ajuda médica. Infecções sexualmente transmissíveis podem causar danos fetais e neonatais, neoplasia genital e infertilidade. Um número de estratégias de diagnóstico e testes, de qualidade variável, estão disponíveis em clínicas particulares e hospitais públicos. Além do diagnóstico clínico e laboratorial, um fator importante para o sucesso do tratamento é a determinação da susceptibilidade do agente etiológico aos antimicrobianos. A determinação da susceptibilidade a antimicrobianos é realizada através do método de antibiograma que pode ser qualitativo ou quantitativo pela determinação da concentração inibitória mínima ou CIM. Em ambos os casos, é preciso cultivar a bactéria pois esta precisa estar viável e pura. Tanto C. trachomatis, quanto N. gonorrhoeae, T. pallidum e M. genitalium, são consideradas bactérias fastidiosas, isto é de difícil cultivo e muito sensíveis ao meio externo podendo se tornar inviáveis ou incultiváveis após algumas horas de exposilção do material clínico ao meio ambiente. Os novos métodos de diagnóstico molecular baseados na PCR, possibilitam a detecção do DNA genômico desses agentes diretamente no material clínico. Genes associados à diminuição da susceptibilidade a antimicrobianos, também podem ser detectados por métodos moleculares como a PCR convencional ou PCR em tempo real com sondas (Taqman), a partir de material clínico, quando o agente etiológico é de difícil cultivo. O presente projeto, propõe a utilização da PCR em tempo Real com HRM (qPCR-HRM) para o diagnóstico dos agentes etiológicos e para a detecção de genes associados à resistência a antibióticos. Além de possibilitar a detecção da resistência aos antibióticos de escolha diretamente a partir do material clínico, a qPCR-HRM apresenta um custo-benefício bastante alto, pois é um método rápido, com alta sensibilidade e especificidade (similar ao Taqman) e custo muito menor por não utilizar sondas.
AVALIAÇÃO DO COMPORTAMENTO DE CRIANÇAS EGRESSAS DE UTIN APÓS O RETORNO ÀS ATIVIDADES ESCOLARES INTERROMPIDAS PELA PANDEMIA DE COVID19
Bolsista: Maria Helena Miranda Amorim
Orientador(a): Saint Clair dos Santos Gomes Junior
Resumo: INTRODUÇÃO: A pandemia de Covid-19 resultou em isolamento social, inclusive com fechamento de escolas e creches, para reduzir a transmissão da doença. Estas medidas, apesar de necessárias, causam alterações emocionais e comportamentais, com relatos de depressão/ansiedade nos indivíduos que ficaram confinados. A duração prolongada deste isolamento pode ter efeitos negativos na saúde física e mental das crianças, em resultado da perda de contato com amigos e professores. Essas medidas para reprimir a transmissão inibem rituais reguladores do funcionamento familiar em tempos de crise, potencializando reações adversas. Mas faltam informações sobre a repercussão em crianças egressas de UTIs Neonatais, com risco para o desenvolvimento, mantidas em casa, afastadas do convívio social nas escolas/creches. O conhecimento das repercussões sobre estas crianças e sobre a dinâmica familiar nesta população permite formular estratégias de ajuda futura, podendo orientar a equipe que assiste esta população. . OBJETIVO: A proposta do estudo é avaliar as repercussões do isolamento social no estado nutricional das crianças e compreender fatores facilitadores e dificultadores para a promoção de saúde destas crianças que apresentam maior risco de comprometimento do seu desenvolvimento. . MÉTODO: Trata-se de um estudo transversal nos Ambulatórios de Seguimento do Instituto Fernandes Figueira/FIOCRUZ, do Hospital Pedro Ernesto/UERJ, do Hospital Gaffrée Guinle/UNIRIO, em dois momentos: no retorno ao ambulatório, após o isolamento, e após um ano, na reavaliação. Serão incluídas crianças de 18 meses a 12 anos, vinculadas aos ambulatórios e em acompanhamento no início do isolamento pela pandemia por Covid19. A exposição será o isolamento social devido à pandemia de Covid-19, e as estratégias de enfrentamento utilizadas pelos cuidadores. Os desfechos serão: distúrbios comportamentais e emocionais e prevalência de sobrepeso/obesidade e de déficit nutricional. Será avaliada a estrutura da família, acesso a medidas de proteção e a atendimento de saúde, creche/escola, atividades lúdicas durante o isolamento e repercussões do isolamento sobre a dinâmica familiar e sobre a criança. A estratégia de enfrentamento das famílias será avaliada pelo Instrumento Brief Cope e a avaliação comportamental e emocional da criança pelo instrumento Behavior Checklist (CBCL), aplicado aos pais/cuidadores por psicóloga. O desenvolvimento motor será avaliado por fisioterapeuta e categorizado como normal, suspeito ou provável atraso do desenvolvimento, e nas crianças com paralisia cerebral será utilizado o Sistema de Classificação da Função Motora Grossa (GMFCS, em inglês Gross Motor Function Classification System). As análises estatísticas serão realizadas no programa SPSS. Serão realizadas análises descritivas das estratégias de enfrentamento, das alterações comportamentais, emocionais e do desenvolvimento motor encontradas. Serão calculadas as prevalências de déficit nutricional, sobrepeso, obesidade na população avaliada. O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Instituto Fernandes Figueira, como coordenador principal, e das outras instituições envolvidas, e aprovado.
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