Revista Eletrônica do Programa de Bolsas - Edição 1

Revista: Edição 1 | Ano: 2023 | Corpo Editorial: Editorial
Avaliação Ambiental, HPAS em ar
Bolsista: LARYSSA DOS ANJOS PECANHA
Orientador(a): THELMA PAVESI
Resumo: Em geral, a expressão “hidrocarbonetos policíclicos aromáticos” (HPAs), refere-se a uma mistura complexa de poluentes ambientais, entre os contaminantes mais difundidos na atualidade, sobretudo como poluentes atmosféricos. São compostos por mais de dois anéis aromáticos, compondo uma classe de mais de uma centena de compostos dos quais, pela abundância e representatividade sobressaem-se 16 nas questões regulatórias e análises ambientais. Os HPAs entram na atmosfera, tanto na fase gasosa como particulada, principalmente em razão de ações antropogênicas, embora também haja formação natural. Como resultado de precipitação atmosférica ou de descargas industriais passa a contaminar águas continentais e marinhas, plantas terrestres e aquáticas, solos, sedimentos e nos alimentos. Pela poluição ambiental, dieta e tabagismo, além da exposição ocupacional pode ocorrer a exposição humana e, consequentemente agravos à saúde. Este subprojeto visa prosseguir na formação teórica e prática da aluna PIBIC quanto a sua compreensão da técnica de cromatografia líquida e desta classe de poluentes. O objetivo desta etapa será a testagem, otimização e possível implantação de metodologias, buscadas na literatura na etapa anterior, para o pré-tratamento de amostras e a efetiva determinação de HPAS em amostras de ar por cromatografia líquida com detector de fluorescência.
Alterações cardíacas na esteatose hepática: papel da via AGE-RAGE
Bolsista: DANIEL OLINDO DE CASTRO LINHARES
Orientador(a): ANISSA DALIRY
Resumo: A doença hepática gordurosa não alcóolica (DHGNA) acomete 20-30% da população adulta mundial. Estudos sugerem uma importante relação causal entre as alterações hepáticas e os danos cardiovasculares, sendo esta a causa principal de morte em pacientes com DHGNA, porém o exato mecanismo que desencadeia essa progressão ainda não é completamente entendido. Atualmente, discute-se o papel dos produtos finais de glicação avançada, ou AGEs (do inglês, Advanced Glycation End Products), na etiologia das doenças cardiovasculares. AGEs são proteínas modificadas pela ação de açúcares redutores e lipideos, de forma não enzimática, que são formados ao longo da vida, porém aumentados em situações de estresse oxidativo e hiperglicemia, e que podem danificar os tecidos. Assim, com o presente estudo visamos elucidar o papel dos AGEs na fisiopatologia e evolução da DHGNA, com foco na função cardíaca. Os resultados contribuirão para o entendimento da fisiopatologia da DHGNA e proposição de alternativas terapêuticas visando retardar ou mesmo impedir a progressão das alterações cardíacas na esteatose hepática e seus consequentes efeitos deletérios.
Diagnóstico de plasmódio e filárias utilizando inteligência artificial
Bolsista: Nelson lima luz
Orientador(a): Jose Joaquin Carvajal Cortes
Resumo: Nesse subprojeto iremos validar um diagnóstico de plasmódios e filárias utilizando inteligência artificial, que foi previamente alimentado com um banco de imagens digitalizadas para a construção de algoritmos. As lâminas selecionadas serão digitalizadas, identificando todas as informações referentes a amostra, segundo a identificação, os caracteres e diferenças morfológicas nos diferentes ciclos de vida dos parasitos. A validação do diagnóstico de inteligência artificial, se realizará com as equipes de diagnóstico por microscopia da Secretaria Municipal de Saúde de Manaus, e de um especialista do Laboratório de Referência para Malária no país.
Avaliação dos mecanismos de regulação e do efeito do SREBP na infecção de células humanas por SARS-CoV-2
Bolsista: Isabela Batista Gonçalves Moreira
Orientador(a): PATRICIA TORRES BOZZA VIOLA
Resumo: O SARS-CoV-2, é o agente etiológico da COVID-19, doença que já acarretou a morte de milhões de pessoas no mundo, dentre elas, mais de 600 mil mortes somente no Brasil. Diante da gravidade da pandemia de COVID-19, faz-se necessário uma melhor compreensão dos mecanismos metabólicos desencadeados durante a infecção do SARS-CoV-2 em células humanas. Os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios que usam a maquinaria celular, sendo capazes de alterar o metabolismo do hospedeiro para atender às suas necessidades biossintéticas. Portanto, a identificação de vias metabólicas utilizadas durante a infecção viral pode levar a potenciais alvos para intervenção terapêutica. Tendo isso em vista, resultados prévios do nosso grupo já demonstraram que o SARS-CoV-2 é capaz de modular o metabolismo lipídico através do aumento da expressão de proteínas envolvidas no processo de lipogênese, como o SREBP e a DGAT-1, ocasionando um aumento da biogênese de corpúsculos lipídicos (CLs) em monócitos primários humanos. Ademais, foi observado que a modulação farmacológica dos CLs impactou na replicação viral, sugerindo, portanto, um papel importante dessa organela durante a replicação do SARS-CoV-2. Nesse contexto, nossa hipótese, é que o fator de transcrição SREBP é importante para a replicação e manutenção do SARS-CoV-2 em células humanas. Portanto, esse trabalho busca compreender melhor a correlação entre a infecção por SARS-CoV-2 e o remodelamento lipídico provocado pelo SREBP; promovendo um maior aprofundamento nos mecanismos moleculares e imunológicos deflagrados pela infecção viral, contribuindo com novas estratégias de contenção da infecção pelo SARS-CoV-2 em células humanas. Afim de avaliar o papel do SREBP durante a infecção, pneumócitos humanos do tipo II (células calu-3) foram infectados pelo SARS-CoV-2 no MOI de 0,01 por 48 horas, na presença ou na ausência do siRNAs para ambas as isoformas do SREBP (-1 e -2). Observamos que somente o bloqueio do SREBP1 reduziu a biogênese de CLs. Ao bloquear ambas as isoformas, ocorreu a redução na biogênese de CLs e na replicação viral, sugerindo a importância de ambos SREBPs para a modulação do metabolismo lipídico e da replicação viral. Uma vez que somente o bloqueio de ambos SREBPs foi eficaz na redução da replicação, nós realizamos o tratamento farmacológico com fatostatina para inibir a ativação de ambas as isoformas do SREBP. Observamos que o tratamento diminuiu a expressão de proteínas de metabolismo lipídico e da biogênese de CLs, assim como a resposta inflamatória, morte celular e a replicação viral. Dessa forma, sugerimos que o metabolismo lipídico é modulado positivamente pela infecção por SARS-CoV-2 através da ativação do fator de transcrição SREBP e sua inibição impacta no ciclo replicativo desse vírus, reduzindo a resposta inflamatória, a biogênese de CLs e a morte celular.
Modelagem de Nicho Ecológico como ferramenta preditiva da distribuição das Unidades Discretas de Tipagem de Trypanosoma cruzi no ciclo de transmissão silvestre nos biomas do Brasil.
Bolsista: ANE LUISE QUINZE DIAS DE FARO DE OLIVEIRA
Orientador(a): ANA MARIA JANSEN FRANKEN
Resumo: Atualmente, casos de doença de Chagas aguda (DCA) vem ocorrendo em cenários enzoóticos distintos por todo o território brasileiro, no qual cada região apresenta uma rede de transmissão específica, em que cada região apresenta particularidades e manifesta uma rede de transmissão específica, sem saber ao certo o que determina a sua distribuição. Não se tem conhecimento do sistema reservatório mantenedores das DTUs de T. cruzi e nem das variáveis ambientais que possam estar determinando seu padrão de dispersão. Assim sendo, para entender a enzootia silvestre e assim minimizar o risco epidemiológico, é necessário um estudo das variáveis abióticas e bióticas que estejam modulando a distribuição dessa DTUs. Além de contribuir com a prevenção de novos casos de DCa, este estudo poderá responder questões ainda sem resposta sobre a ecologia das DTUs de T. cruzi. A análise de cenários tem sido empregada em modelos de distribuição de espécies e como ferramenta para conservação dos serviços ecossistêmicos. Nesse contexto, o objetivo é desenvolver modelos de simulação de cenários climáticos e modelagem de oportunidades ecológicas de áreas de transmissão de T. cruzi. Na modelagem de distribuição das espécies serão testados diferentes algoritmos, como: Bioclim, Maxent, SVM, Random Forest e Redes Neurais. Serão considerados os fatores ambientais e climáticos. Serão desenvolvidos sistemas de simulação que integrarão modelos de mudanças climáticas de uso dos biomas e ecossistemas associados. As imagens das variáveis climáticas e ambientais serão baixadas pela plataforma Google Earth Engine e WordClim, com isso, iremos processar essas imagens no Software Quantum Qgis 3.10.3, para extrair os valores dos pontos de ocorrência armazenados no banco de dados. Como resultado, o sistema de simulação servirá para avaliar o impacto associado a cenários de mudanças climáticas sobre os ciclos enzoóticos de T. cruzi. Assim como, elucidar as variáveis reguladoras da transmissão das DTUs de T. cruzi na natureza, como forma de definir áreas estratégicas de ação e sua utilização como medida de vigilância epidemiológica.
ENTEROVÍRUS E SUA RELAÇÃO COM O DESENVOLVIMENTO DE DOENÇAS NEURODEGENERATIVAS
Bolsista: Isabelle Mello Vieites
Orientador(a): IVANILDO PEDRO DE SOUSA JUNIOR
Resumo: As infecções virais das células do sistema nervoso central e periférico podem levar a danos neurológicos com consequências ainda não muito bem conhecidas. Recentemente, alguns estudos têm associado desenvolvimento de doenças neurodegerativas, tais como Parkinson, Alzheimer ou esclerose lateral amiotrófica a infecções virais. As infecções causadas pelos Enterovírus (EV) representam uma importante parcela na etiologia das infecções agudas (meningites, paralisias, encefalites) que acometem o sistema nervoso central. Os EV exploram seletivamente elementos específicos da célula hospedeira, onde os fatores celulares são fundamentais para regular a replicação do RNA viral e as alterações no tráfego de componentes celulares. Pouco se sabe sobre como essas mudanças são controladas no nível molecular e se elas estão relacionadas ao desenvolvimento de doenças neurodegerativas. A possível associação entre um importante vírus neuroinvasivo (EV) e o desenvolvimento de doenças neurodegenerativas ajudará a compreender a patogênese destas doenças favorecendo o desenvolvimento de novas estratégias para diagnóstico e futuras terapias.
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