Bolsista: JULIE ROMAO POSSE
Orientador(a): ADRIANA DUARTE ROCHA
Resumo: O estrogênio tem influência direta nos órgãos sexuais femininos, além da pele, ossos, sistema nervoso central, equilíbrio eletrolítico e o metabolismo de proteínas, carboidratos e lipídios 1.
As mulheres também produzem, em menor quantidade, a testosterona, que age sobre a formação de proteínas e o desenvolvimento muscular, a matriz óssea, o metabolismo basal, o balanço hídrico e eletrolítico, o humor e a libido1.
Em torno dos 20 até os 30 anos, acontece o auge da fertilidade feminina e o metabolismo é normalmente acelerado, tendo maior perda de gordura e aumento de ganho de massa muscular1.
Após os 35 anos, os hormônios começam a sofrer queda na produção, o que pode levar a alterações na composição corporal, favorecendo o acúmulo de gordura e diminuição da massa magra 2.
Já a partir dos 40 anos, há uma diminuição drástica dos hormônios levando a perda da massa óssea progressivamente, podendo haver oscilação no peso corporal, osteopenia e osteoporose, sarcopenia, diminuição da resistência corporal, diminuição da libido, irritabilidade, fadiga, ansiedade dentre outros3.
Independente da fase hormonal, os exercícios físicos fortalecem os músculos e os ossos, auxiliando na queima de gordura e melhora do sistema cardiorrespiratório. Como consequência, previnem a perda de massa muscular, a osteoporose e as doenças ligadas à obesidade4.
Um dos esportes que vem sendo procurado por mulheres nos últimos anos, está o ciclismo, especialmente porque proporciona um elevado gasto calórico, promovendo o fortalecimento de membros inferiores e aumentando a capacidade cardiorrespiratória5,6.
Com a pandemia aumentou consideravelmente o numero de pessoas praticando o ciclismo de rua, uma vez que o isolamento social não permitiu os exercícios em ambientes fechados7.Entre esses ciclistas, estão as mulheres8.
Assim como em qualquer esporte, a avaliação do estado de saúde do praticante de ciclismo é muito importante. E nos últimos anos, a análise da composição corporal se tornou parte fundamental e essencial a avaliação de saúde9.
A composição corporal pode mudar de acordo com a prática esportiva, portanto, não é possível aplicar uma noção rígida de composição corporal ideal para todos os esportes10. Atenção especial deve ser dada uma vez que a composição corporal pode ser modificada devido as alterações hormonais ao longo da vida.
Estudos recentes realizados em atletas têm destacado a necessidade de dados de referência para avaliação da composição corporal de diferentes modalidades esportivas11, 12. Na ausência de referências apropriadas para cada categoria esportiva, os pesquisadores continuam a usar valores de referência da população geral saudável13.
OBJETIVO
Avaliar a composição corporal em mulheres praticantes de ciclismo de rua e correlacionar com a fase reprodutiva, com o tempo de pratica da atividade e com o estilo de alimentação.
METODOLOGIA
O presente estudo faz parte do projeto” uso de testes de força isometrica e mobilidade articular para determinar riscos de alterações musculo-esqueléticos em mulheres praticantes de ciclismo de rua”
Este estudo apresenta caráter metodológico transversal.
População do estudo: mulheres praticantes de ciclismo rua por pelo menos 6 meses após assinatura do TCLE. A amostra será de conveniência.
Dados Sociodemográficos serão coletados para caracterização da amostra.
Para avaliar a composição corporal será utilizada a plestimografia por deslocamento de ar.
As análises serão conduzidas utilizando o programa SPSS, versão 22 e o nível de significância adotado será 5%.
PRODUTOS
• Produção de artigo científico.
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. Guyton AC; Hall JE. Tratado de Fisiologia Médica. 12. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2011
2. Faro L; Russo JA. Testosterona, desejo sexual e conflito de interesse: periódicos biomédicos como espaços privilegiados de expansão do mercado de medicamentos. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, ano 23, n. 47, p. 61-92, jan./abr. 2017
3. Mikin MJ. Hormones, lifestyle and optimzing aging. Obstet Gynecol Clin N Am 46 (2019) 501–514
4. Kami AT, Vidigal CB ; Macedo CS. Influência das fases do ciclo menstrual no desempenho funcional de mulheres jovens e saudáveis. Fisioterapia e Pesquisa [online]. 2017, v. 24, n. 4 [Acessado 4 Abril 2022] , pp. 356-362. Disponível em: .
5. Carvalho ML; Freitas CM. Pedalando em busca de alternativas saudáveis e sustentáveis. Ciência & Saúde Coletiva, 17(6):1617-1628, 2012
6. Asplund C; Ross M. Core stability and bicycling. Current Sport Medicine Reports, Vol. 9, No. 3, pp. 155Y160, 2010
7. Daniel Guthi - Bicicletas continuam em alta no Brasil: Primeiro semestre de 2021 teve aumento de 34% nas vendas em comparação a 2020. Ago 2021. Disponivel em: https://aliancabike.org.br/aumento-nas-vendas-em-2021/. Acesso em 6 nov2021
8.Women Bike. Disponivel em https://bikeleague.org/womenbike. Acesso em 6 nov 2021.
9. Toselli S. Body Composition and Physical Health in Sports Practice: An Editorial. J. Environ. Res. Public Health, 18: 1-4, 2021
10. Thomas, D.T.; Erdman, K.A.; Burke, L.M. American College of Sports Medicine joint position statement. Nutrition and Athletic Performance. Med. Sci. Sports Exerc., 48: 543–568, 2016
11. Micheli, M.L.; Pagani, L.; Marella, M.; Gulisano, M.; Piccoli, A.; Angelini, F.; Burtscher, M.; Gatterer, H. Bioimpedance and impedance vector patterns as predictors of league level in male soccer players. Int. J. Sports Physiol. Perform. 9: 532–539, 2014
12. Campa, F.; Toselli, S. Bioimpedance vector analysis of elite, subelite, and low-level male volleyball players. Int. J. Sports Physiol. Perform, 13: 1250–1253, 2018
13. Pollastri, L.; Lanfranconi, F.; Tredici, G.; Schenk, K.; Burtscher, M.; Gatterer, H. Body fluid status and physical demand during the Giro d’Italia. Res. Sports Med, 24: 30–38 , 2016.