Bolsista: GUSTAVO SANTANA DE ARAUJO OVIDIO
Orientador(a): ROBERTA OLMO PINHEIRO
Resumo: As micobactérias não tuberculosas (MNT) ou micobactérias atípicas são conhecidas por serem patógenos oportunistas em humanos. Os óbitos estão associados principalmente à doenças pulmonares crônicas previas, tais como: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), bronquiectasias e fibrose cística (CF). M. abscessuss, é encontrado no meio ambiente e na água, é uma das principais NTM a causar uma infecção pulmonar. Além disso, é classificado como uma das subespécies mais difíceis de serem tratadas, devido sua resistência a maioria das classes de antibióticos, onde também se mostra resistente a drogas comumente utilizadas no tratamento de tuberculose, como Rifampicina e Etambutol, resultando em um tratamento limitado e com altas taxas de falha de tratamento. Estudos recentes mostram que o M. abscessus possui a habilidade de evadir dos mecanismos microbicidas de células imunes ao inibir o fluxo autofágico. O M. fortuitum é frequentemente associado a infecções de pele, tecidos moles e ossos.Contém um gene erm de eritromicina metilase induzível que confere resistência a macrolídeos. Contudo, ainda pouco se sabe sobre a infecção por estas micobactérias. O tratamento farmacológico da infecção é longo, caro e frequentemente associado a toxicidade relacionado com as drogas. Curiosamente, Renna e colaboradores em 2011, observaram que além do regime dificultoso, algumas interações medicamentosas podem atrapalhar o tratamento para as MNTs. Observaram que a utilização de Azitromicina, bloqueava o fluxo autofágico e aumentava a colônia de M. abscessus multirresistente no paciente com fibrose cística. Taxas de cura da doença pulmonar por MNT diferem por espécie, variando de 25.0 % na doença de M. abscessus, 57.8% no complexo M. avium, 71.4 % doença de M. kansasii e 45.4% no M. fortuitum, ou seja, cerca de 75.0% dos pacientes infectados com M. abscessus não obtém a cura da doença. Muitas micobactérias clinicamente significativas são suscetíveis a macrolídeos, como a claritromicina. Contudo, várias micobactérias são intrinsecamente resistentes ou adquirem resistência aos macrolídeos, Assim como aos macrolídeos, outras drogas de uso clinico já foram descritas com resistências no decorrer do tratamento para MNTs como ?- lactamicos, Etambutol, Isoniazida, Rifampicina entre outras, mostrando a urgência no desenvolvimento e descoberta de novas drogas com potêncial de controle microbicida para estas bacterias. Os Híbridos de Chalconas-Tiosemicarbazonas são junções de duas moléculas já utilizadas, as chalconas e as Tiosemicarbazonas. As Chalconas são uma importante classe de produtos naturais com funções antiparasitárias, antioxidantes e antitumorais. Desta mesma forma, as Tiosemicarbazonas possuem propriedades estruturais e efeitos farmacológicos ligados a atividades antiparasitárias, antitumorais e antimicrobianas. A composição molecular da hibridização das Chalconas e Tiosemicarbazonas geraria uma nova molécula, com princípios biológicos únicos. Desta forma, utilizaremos os Híbridos de Chalconas-Tiosemicarbazonas (CT) para verificar seu potencial microbicida em detrimento à infecção pelas micobactérias não tuberculosas avaliando sua toxicidade e capacidade de indução ao fluxo autofágico. A identificação da autofagia como fator importante para o controle da infecção abre portas para o desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas de controle de diversas doenças, contudo o único método farmacológico conhecido para indução crônica de autofagia era através do uso de Rapamicina, no entanto, os efeitos adversos da Rapamicina (que não são associados com a autofagia) podem torna-la pouco atrativa para uso clínico. Assim, no presente projeto nos propomos a investigar o papel dos os Híbridos de CT na indução de autofagia e na redução da carga bacilar em macrófagos-“like” derivados de THP-1. Estimularemos as células THP-1 com as CT em deferentes concentrações para avaliar por anexina V e PI no potencial toxico para em seguida observar o potencial microbicida das CT por CFU após 24 e 72 h. Após uma avaliação inicial, selecionaremos as CTs com melhores resultados e utilizarems com Cepas clinicas de MNTs que avaliaremos por CFU. Observaremos também o a ativação do fluxo autofagico por imunofluorescência dos marcadores LC3, p62 e LAMP-1. Em suma, este projeto possui alta relevância clínica para auxilio e o manejo de pacientes cujo o tratamento seja falho ou resistente.