Bolsista: KEYLA RODRIGUES NOVAES VENUTO
Orientador(a): Luciana Lopes de Almeida Ribeiro
Resumo: A doença de Chagas, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é uma enfermidade negligenciada que afeta milhões de pessoas, especialmente na América Latina. No Brasil, entre 2 a 3 milhões de indivíduos estão infectados. Esta doença possui duas fases distintas: aguda, caracterizada por alta parasitemia e resposta inflamatória intensa, e crônica, onde a parasitemia é baixa, mas os parasitas persistem nos tecidos, acompanhados por uma inflamação crônica. Embora a cardiomiopatia seja a principal manifestação clínica, a doença também afeta o sistema nervoso, podendo causar desde meningoencefalite na fase aguda até acidente vascular cerebral isquêmico na fase crônica, independentemente da cardioembolia. Nosso grupo verificou pela primeira vez em modelo experimental, que a infecção aguda causada pelo T. cruzi leva a alterações funcionais na microcirculação cerebral em camundongos, com redução da densidade capilar funcional, intensa inflamação microvascular, disfunção endotelial e estresse oxidativo. Além disso, em novo estudo, nosso grupo demonstrou aumento de células CD3+ e F4/80+ no tecido cerebral e a diminuição do fluxo sanguíneo cerebral em camundongos. A principal droga utilizada atualmente para o tratamento da DC é o Benzonidazol, porém seus efeitos colaterais, podem levar os pacientes a abandonarem o tratamento. Uma das alternativas terapêuticas para DC que vem sendo bastante discutida é combinação de drogas que atuam diretamente sobre o parasita com compostos que atuam sobre a progressão da doença. O Se é um oligoelemento essencial para a vida dos organismos, com propriedades antioxidantes. Diversos estudos mostram seus efeitos benéficos sobre alterações cardíacas na DC tanto em modelo experimental, quanto em pacientes. No presente estudo iremos avaliar o efeito do tratamento com diferentes doses de Se e sua combinação com dose reduzida de benznidazol sobre alterações cerebrais como: fluxo sanguíneo cerebral, hipóxia tecidual e estresse oxidativo no tecido cerebral de camundongos durante a infecção aguda pelo T. cruzi.