Bolsista: YASMIN DUMAS INDRELE
Orientador(a): Hellen Geremias dos Santos
Resumo: A dengue caracteriza-se por uma doença febril aguda, transmitida pela picada do mosquito fêmea Aedes Aegypti, infectado por um dos quatro sorotipos do vírus causador da doença (DENV-1, DENV- 2, DENV-3 e DENV-4). Os casos de dengue no Brasil somaram 899,5 mil até abril de 2023, valor 30% superior ao observado para 2022 no mesmo período. O Paraná é, atualmente, um dos estados brasileiros mais afetados por essa doença. Este ano, sobretudo na região norte e oeste do Estado, serviços de saúde enfrentaram dificuldades para atender a alta demanda devido à dengue. Modelos preditivos de casos de dengue podem ser utilizados como alertas para o aumento de casos, a partir da tendência observada para características climáticas, histórico da transmissão, entre outras informações, como dados passados de internações e óbitos pela doença. O presente trabalho objetiva predizer o número de casos de dengue para um horizonte de tempo de 3 meses para Regionais de Saúde do estado do Paraná que apresentem maior incidência para a doença. Para tanto, iremos caracterizar o perfil epidemiológico da dengue para as 22 Regionais de Saúde do Estado do Paraná, por meio de análise de tendência mensal do número de casos e da taxa de incidência da doença para o período de 2012 a 2022; identificar, para cada Macrorregião do Estado, Regionais de Saúde com maior incidência para a doença; realizar análise descritiva e calcular indicadores de saúde relacionados a dados de clima, infraestrutura urbana e social, casos notificados de outras arboviroses (Zika e chikungunya) e internações e óbitos por dengue clássico ou febre hemorrágica da dengue; avaliar a correlação de indicadores de saúde com a incidência de dengue e, então, predizer o número de casos de dengue para as Regionais de saúde e os municípios com maior incidência da doença, utilizando algoritmos baseados em árvore de regressão. Dados de diferentes Sistemas de Informações em Saúde serão explorados (Sistema de Informação sobre Agravos de Notificação – SINAN, Sistema de Informações sobre Mortalidade – SIM, Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde – SIH-SUS), bem como dados socioeconômicos e demográficos do Censo de 2010, dados climáticos do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), e correspondentes a recursos físicos e humanos de serviços de saúde, disponíveis no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES). A variável resposta será representada por de casos de dengue para os 399 municípios do Estado do Paraná obtidos do SINAN para o período de 2012 a 2022. Na etapa de predição, os dados serão organizados para a avaliação de modelos preditivos do número de casos novos de dengue para um horizonte de tempo de 3 meses. Os preditores serão representados pelos seguintes indicadores: número mensal de casos notificados de Zika e chikungunya, e de internações e óbitos por dengue clássico ou febre hemorrágica devido ao vírus da dengue, número de Equipes de Saúde da Família (ESF) e de leitos hospitalares a cada 10.000 habitantes, densidade do município, densidade domiciliar, proporção de residentes em área urbana, proporção de residentes em favela, proporção de residentes com coleta de lixo, Produto Interno Bruto per capita anual, expectativa de vida ao nascer, média mensal de temperatura, precipitação e umidade. Parte dos dados será utilizada para o treinamento do modelo preditivo (conjunto de treinamento) e parta para a avaliação do modelo ajustado (conjunto de teste). Nesta pesquisa serão avaliados os seguintes modelos baseados em árvores de regressão: Random Forest e Gradiente Boosted Trees. A avaliação da performance dos modelos no conjunto de teste será realizada a partir do cálculo das seguintes métricas: Erro Absoluto Médio, Raiz do Erro Quadrático Médio e Coeficiente de determinação. O processamento e análise dos dados serão realizados com auxílio dos programas R e Python.